Amanhã é o dia 25 de Abril,Revolução que nos trouxe a liberdade e a esperança de momentos mais equilibrados e harmoniosos,mas...afinal...
"Somos um pequeno e desgraçado país. Não somos pequenos e desgraçados porque sempre fomos; afinal, não somos o Haiti, não somos a Bolívia, não somos a Serra Leoa, não somos o Uganda, não somos a Moldávia, não somos a Guiné; não somos assim porque nos fizeram assim, não fomos colonizados, não descendemos de escravos, não fomos deportados, explorados, invadidos, vencidos. A União Soviética não nos pisou com bota cardada e a Alemanha não nos ocupou. Tivemos um ditador e tivemos a revolução sem sangue e a criação da democracia e dos partidos. Tivemos os fundos europeus e a absorção de um milhão de retornados. Tivemos colónias, ouro, escravos e uma história que não nos envergonha. Temos uma longa e estabelecida nacionalidade. Temos a coragem e o génio de ter escapado a Castela. Temos a miscigenação, a lírica e a épica. Temos as descobertas e a geração de Aviz. Temos uma identidade e uma cultura, temos uma língua falada por milhões. Temos 800 km de praia e sol.
Temos muitas razões para sermos felizes. E não somos. Somos um pequeno, desgraçado e deprimido país que se queixa por tudo e por nada, que se detesta e detesta o sucesso alheio, que aniquila a qualidade e promove a incompetência, que deixou que a administração pública fosse tomada de assalto por parasitas partidários, por gestores imorais e por políticos corruptos ou que fecham os olhos e promovem a corrupção como forma de manutenção do poder. Somos um país sem esperança onde nada avança e nada acontece, como escrevia o poeta Ruy Belo. Sai-se da pátria e regressa-se à pátria e as notícias são as mesmas; é como se o mundo girasse e nós parados. À espera do apocalipse. Tudo nos diz que amanhã será pior e toda a gente nos pede mais sacrifícios, mais penúria e mais infelicidade. É impossível levantar um país de vencidos ou convencê-lo a fazer alguma coisa por si. Leio as notícias sobre o extraordinário salário de António Mexia, da EDP, os 3,1 milhões anuais, e penso o que pensa uma pessoa normal: não vale a pena. Os velhos morrem de frio no Inverno porque não têm dinheiro para pagar "a luz" e o senhor energia tem um salário igual ao dos melhores 200 gestores americanos. Numa empresa falsamente privatizada que floresce num regime de monopólio e em que o Estado é o maior accionista. E aquilo é o salário, fora os benefícios e os cartões. Fora as reformas e as pensões. A permanente resignação perante a imoralidade é que nos torna passivos, fracos, assustados, irresolutos e cúmplices da delapidação do nosso dinheiro. E um governo socialista autorizou isto e promoveu isto. E pior do que isto. Não se trata de premiar o mérito, trata-se de premiar a estupidez. Porque deixamos isto passar. Imagine-se que nos acontecia uma verdadeira desgraça. Quando Wall Street veio por aí abaixo eu estava em NY e fui a Wall Street. Vi banqueiros e financeiros saírem de cabeça coberta por jornais a meterem-se nos buracos do metro, envergonhados. Insultados. O mundo pensou que era o fim do seu mundo. Que o sistema capitalista tinha acabado. Etc. O capitalismo não acabou, nem vai acabar. Regenerou-se no que foi obrigado. A linguagem e a política que Obama adoptou tiveram efeitos. A América sai da crise, com os seus desempregados. A seu modo, brutal, corrige as falhas. Ali, a política ainda conta e o sistema de justiça funciona (com erros e defeitos) e faz funcionar a democracia. Acima de tudo, os americanos acreditam na América e têm o optimismo do copo meio cheio. A América, um grande e engraçado país, não perde tempo em lamúrias. Já se fazem piadas sobre o 11 de Setembro e sobre o crash das bolsas e dos bancos. A América reconstrói-se todos os dias e recomeça. Analisar a vitória política de Obama com o seu Plano de Saúde é uma lição de política, tanto para os republicanos como para os democratas. A América é um país que corre para a excelência e que rejeita a mediocridade. E a um ciclo de mediocridade segue-se um de excelência porque a rota corrige automaticamente. O sistema autocorrige-se na passagem do tempo. As torres que vão surgir no WTC serão as mais altas do mundo. Esta dose de megalomania é saudável porque toda a gente precisa de símbolos e de modelos. Em Portugal, deixámos de ter símbolos e não temos modelos.
O português mais influente é um jogador de futebol. O segundo mais influente é um treinador de futebol. E ponto final. Temos uma elite sofrível e uma classe política sem cultura política nem histórica ludibriada por autodidactas ou por rapazes com cursos tirados no estrangeiro que chegam a Portugal com um objectivo: enriquecer. Enriquecer à sombra do partido, do padrinho na banca e do Estado. De nós. E a justiça trata de si e dos seus privilégios. Somos um pequeno e desgraçado país. "
in : http://clix.expresso.pt/somos-um-pequeno-e-desgracado-pais=f576530#commentbox
Mas acredito que um dia o caminho se altere.Hoje ao olhar para o mapa mundo, fixei -me em Portugal e achei interessante o que surgiu aos meus olhos... o perfil topográfico( se é que se pode assim chamar) do nosso país é interessante, e assim o é há muitos séculos. Vi que Portugal tem uma face bem levantada e que são os olhos da Europa...olhos que fitam o horizonte, bem lá longe, quem sabe cumprimentando os povos que vivem na América...
Vai Milhafre...voa...voa...voa...e tráz boas novas...
Música- Valley of Dreams
Música- Valley of Dreams
-John Tesh-One World Tour
Imagem- Vale Glaciar -Serra da Estrela (retirada da net)
16 comentários:
Sonhemos , sim...e façamos acontecer!
Bons voos, linda.
"Temos as descobertas e a geração de Aviz"...
Retrata sem dúvida o que vai dentro das pessoas.Precisamos urgentemente de uma Nova Geração de Aviz!
Abraço
São:
Façamos então.Sonhemos,mas façamos...Não ficar de braços cruzados...
Beijinho doce
Anónimo:
Ah sim!E que geração!D.João I era uma homem inteligente e soube o que fazer, para tirar Potugal do sufoco que vivia.Rodeou-se de gente com horizontes mais vastos e empreendedora.Os "mancos" foram ficando pelo caminho.
beijinho doce e obrigada pela visita
Meu Doce Amor
Agradeço imensamente pela visita e prometo q logo colocarei nova postagem...
Lindo vídeo... adorei...
beijo com carinho
Somos grandes e pequenos...
O mais rico dos pobres...
O mais pobre dos ricos...
Temos 33% de genes mouriscos, mais 33% de árabes e o resto do Norte e do Leste da Europa. Só este facto já nos condiciona. É o nosso fado, que afinal é genético...
E havemos de continuar assim por muitas décadas, talvez séculos.
Achei o teu post magnífico. É um bom tema para uuma tertúlia...
Beijos.
Sonho e Sedução:
Cá ficamos à espera de novo post.
O vídeo é muito bonito...uma perfeita combinação, entre a música que se faz por estes lados, e com a nativa...
A União é bela,não?
Beijinho doce
Nilson Barcelli:
Compreendo.Mas penso que hoje em dia,isso já não fará muito sentido,não?
Os tempos são outros...há q pensar que só temos a ganhar com isso tudo.Criamos uma fortaleza imensa...
O caminho está na União...
Beijinho doce
Seria uma bela tertúlia,sem dúvida
Quero dizer-te que passei da tua agradável comewmoração do Dia da Dança para aqui, sem saber como.
Aqui tenho a dizer-te que gosro imenso desta canção, que desconhecia.
Um bom final de semana.
São:
Passaste sem saber? :)))Coisas que acontecem.A mim também sucedem coisas do género.
Ainda bem que gostaste da música.Também a acho linda.
Beijinho doce
Bom fim de semana
Estamos a precisar , urgentemente ,
tendo todo este passado glorioso como esteio , tornar em realidade o sonho e a esperança .
Mãos á obra !
Beijo grande,
Maria
Isso rapariga, liberta a tua revolta.
Eu já perdi esperança neste pouco q passa a vida a queixar-se mas q não toma nenhuma medida, não passa das palavras aos actos, vive conformado, queixa-se dos politicos e dos governantes mas chega a eleições e volta a votar nos mesmos q antes tanto se queixava e continua a queixar-se. Um povo q utiliza o voto e vê os partido politico como clubes de futebol. Mesmo q o seu partido de eleição esteja a governar mal o seu país, irá votar nele até morrer, contribuindo assim para a morte lenta da sua patria.
Já cheguei á conclusão q este povo tem o q merece. Um povo q não é exigente com quem os governa, não espere depois q tenha um país evoluido e uma democracia saudavel e social.
Este é um povo q está há espera quando será anunciada a morte do seu querido mas abandonado país.
ufa.
Bom fim de semana menina.
Bejus
D.
Lilaz Violeta:
estamos.A história repete-se,em moldes diferentes,mas repete-se.D.João I afastou a velha nobreza,retirou-lhe privilégios e deu-os á nobreza mais baixa e presenteou a burguesia com cargos...era gente nova,empreendedora...contribuiram para a grande empresa da expansão marítima...e fomos um império...
A história repete-se...
É o que estamos a precisar...
Beijinho doce
Dreamaster:
Revolta.Mas não percas a esperança.Pois tens exemplos na história portuguesa que tivemos e vivemos em tempo de trevas e conseguimos dar a volta.É só preciso coragem...a vitória de aljubarrota parecia impossível...nada ajudava...até o calor abrasador de Agosto...mas foi uma vitória imparável.
O povo aguarda sómente...
Falta só um Mestre vitorioso...
Beijinho doce
*
a São foi por acaso, mas eu
feito Pedro Alvares Cabral,
sei o caminho e mergulhei
no Vale dos Sonhos, acordando
neste texto de uma realidade
aterradora, mas espera, o Pedro
não foi aquele que partiu para
a India e achamentou o Brasil ?
foi ? então quero ser o
Américo Vespúcio, o que
descobriu a America, e matiza
melhor com a tua escolha .
srsrsr
,
um mar de estima,
deixo,
,
*
PoetaEuSou:
Hummm...parece que sim.Mas oficialmente vai para o Pedrito,não?
Eu não sei quem gostava de ser...hummm...talvez...ahhhhh não posso dizer!
Beijinho doce
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