janeiro 28, 2011

ROSAS TRISTES

Recebi por mail, esta mensagem e resolvi partilhar com todos vós, a mágoa que se cria em mim, ao saber que situações destas existem em Portugal. E quantas mais haverá... cada vez mais!
"Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, têm 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos. Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar. De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude. Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas...Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos."
Um professor que presenciou e sentiu uma situação, que nestes tempos, já não faria sentido existir.
É este Portugal em que vivemos,é este Portugal em que os nossos filhos, as nossas crianças e adolescentes crescem ...um Portugal que já foi uma grande Pátria!...
Música- Carrossel de Sonhos- Leo Camargo & Rony Reis

8 comentários:

Carina disse...

Esta é a realidade de cada vez mais famílias no nosso país... Depois noticiam que os estudantes estão a desistir da escola.. estão à espera de que? Se não existe suporte social e financeiro que lhes permitam estudar, nem tão pouco para comer é lógico que a educação deixa de ser uma prioridade.. enfim...

Obrigada por este texto*

José disse...

Olá Meu Doce Amor!
Eu tabém recebi esse E-Mail, o meu coração tambem chora por saber, que cada vez mais familías estão passando por essas situações tão tristes.
E no final diz que alguns paises já estão resolvendo essas situações,e só dessa forma é que poderá ser, mas aqui vão se passar ainda muitos anos até que alguma coisa aconteça.

Um bom final de semana,
beijinhos,
José.

Paulo disse...

Olá MEU DOCE AMOR, desconhecia o teor deste e-mail e fica-se agradecido pela divulgação que pode ajudar muitos portugueses a "despertar" para o Portugal real.

Contudo esta situação não me supreende, minha mãe antes de ser reformar há 4 anos, trabalhava na secretaria de uma escola secundária e por vezes dava conta destes relatos, desde a única refeição de muitos alunos ser na a da Escola, como muitos desmaiarem quando decorria a aula de Educação Física, por fraqueza fisica derivado a não terem pequeno-almoço em casa.

Sinto muito constatar que a médio prazo só vai haver duas classes sociais em Portugal (igual aos países que chamam de 3º mundo): os muito ricos (para aí 5% da população) e os muitos pobres (para cima de 85% da população, o resto dos 10% são os ex-classe média (alta ou baixa) que geralmente num país a sério, são o suporte da pirâmide económica e social do Estado social sadio!

Beijinhos e óptimo fim de semana ^^

ISA disse...

Este é bom ex. para circular por todos meios, pois se os governantes dizem que o Ensino está a melhorar... Isso deve quer referir só ás 4 paredes em betão, pois de resto nada se espera ou se vê de bom, antes pelo contrário!!! Será que os entendidos na matéria sabem destes casos???

O Árabe disse...

E não apenas em Portugal, amiga, acredita-me. Infelizmente, este descaso pelas crianças é mundial... e compromete o nosso futuro. :( Valeu a difusão do texto!

São disse...

Estas criaturas que exploram sem dó nem remorsos e que estão triturando o fituro das gerações que nos seguirão , responderão pelo que estão fazendo, sem dúvida alguma!

Beijinhos.

sérgio figueiredo disse...

poucas palavras, para além das que aqui expressas, tenho a acrescentar. é visível, a cada dia que nasce, a notícia do, rápido, crescimento da pobreza, e até, com
"retratos" que me fazem questionar, até quando este flagelo? Contudo, permite-me que diga o quanto me dói e, sem vergonha confesso, as lágrimas que me desfiguram ao ver os seres inocentes, (as crianças) terem de sofrer, na pele, com os erros dos adultos.
dói-me muito ver uma criança chorar, principalmente por fome.

Rony disse...

Vejo que os meus dias de tristesas vendo os jornais sobre as criancinhas da Antiópia estão servindo pelo menos de alerta para o mundo, pois escrevi essa música(carrossel de sonhos)depois de muito chorar pelos os menos favorecidos da sorte e que ainda depende diretamente dos adultos para sobreviver nesse mundo de quem pode mais chora menos e os governantes pensam apenas em si proprio e as crianças não comem demagogia e promessas.
Rony da dupla Leo Camargo e Rony Reis.