Foi um dia que não consigo descrever... ouvi dizer que o iam cruxificar.
Pensei:
- Como ?Um Homem tão pacífico?Que usa as palavras como "armas"?
Corri para o local...já tudo se tinha consumado.
As nuvens estavam negras, havia vento...lembro-me de ter tropeçado nas pedras e ser empurrada pela fúria do sopro do Céu...
Chorei lágrimas sem cor... havia pouca gente, muitos já se tinham ido! Aproximei-me, ninguém reparou em mim. Senti a dor que vinha de quem lá estava. Parei com receio e esperei que o centurião desse ordem para os soldados se retirarem. Pouco depois aproximei-me, devagar, eolhando aquele Homem comprimido naquela cruz mal construida. Ajoelhei-me e reparei que estava envolto num "mar" de sangue...aproximei-me mais e a minha túnica foi bordada pelos salpicos que se descosiam Dele... deixei-me adornar por essas flores. De repente sinto um foco de luz branca que provinha do Seu coração aberto pela lança... a luz alcansou-me e reparei que não tinha flores de sangue nas minhas vestes.... havia água, muita água... ouvi uma voz que me segredava:
"Lavei-te com luz... vai....toma teu rumo, pois também tenho que ir...Mas voltarei, mais daqui a pouco... quando saires da tua casa e vires a árvore que está defronte , sou Eu...quando um pássaro cantar, sou Eu... quando o calor te esquentar a face, sou Eu... quando a chuva te molhar, sou Eu...
Nunca te esqueças.... agorei ESTOU e ESTAREI SEMPRE... as minhas palavras ficarão ... e os meus actos serão recordados. EU SOU e SEREI...Outros vieram antes de Mim...mas virão Outros que me cantarão eternamente....