O post é longo,mas vale
a pena ler…
“É muito importante que
todos os pais, e mesmo quem ainda não tem filhos, leiam isto! Pois é algo
preocupante que está a acontecer com as “nossas” crianças, e que nem nos
apercebemos.Hoje partilhamos um texto muito interessante sobre ansiedade
infantil, com uma entrevista com o Dr. Augusto Cury sobre os desafios de se
criar os filhos hoje e como a família e a escola têm educado os pequenos.Dr.
Augusto Cury tem livros publicados em mais de 70 países. O psiquiatra é autor
do best-seller Ansiedade – Como Enfrentar o Mal do Século e atingiu a marca de
10 livros nas listas de mais vendidos, liderando as listas de ficção e não
ficção ao mesmo tempo.
(…)
1- Excesso de estímulos
“Estamos a assistir ao
assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes
no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do
excesso de estímulos, sejam os presentes a todo momento, seja acesso ilimitado
a smartphones, redes sociais, jogos ou excesso de TV. Eles estão a perder as
habilidades sócio emocionais mais importantes: colocarem-se no lugar do outro,
pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de
agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de
transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a
ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não
agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e
generosidade.”
2- Geração triste
“Nunca tivemos uma
geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar às nossas crianças a
fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir
prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir
migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de
suicídio tem aumentado. A família precisa de se lembrar que o consumo não faz
ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a
aventurarem-se, a ter contato com a natureza, encantarem-se com astronomia, com
os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como
as redes sociais.”
3- Dor compartilhada
“É fundamental que as
crianças aprendam a elaborar as experiências. Por exemplo, diante de uma perda
ou dificuldade, é necessário que tenham uma assimilação profunda do que houve e
aprender com aquilo. Como ajudá-las nesse processo? Os pais precisam falar das
suas lágrimas, suas dificuldades, seus fracassos. Em vez disso, pai e mãe
deixam os filhos no tablet, no smartphone, e os colocam em escolas de tempo
integral. Pais que só dão produtos para os seus filhos, mas são incapazes de
transmitir a sua história, transformam seres humanos em consumidores. É preciso
sentar e conversar: ‘Filho, eu também fracassei, também passei por dores,
também fui rejeitado. Houve momentos em que chorei’. Quando os pais cruzam o
seu mundo com o dos filhos, formam-se arquivos saudáveis poderosos na sua mente,
que eu chamo de janelas light: memórias capazes de levar crianças e
adolescentes a trabalhar dores perdas e frustrações.”
4- Intimidade
“Pais que não cruzam o
seu mundo com o dos filhos e só atuam como manuais de regras, estão aptos a
lidar com máquinas. É preciso criar uma intimidade real com os pequenos, uma
empatia verdadeira. A família não pode só criticar comportamentos, apontar
falhas. A emoção deve ser transmitida na relação. Os pais devem ser os melhores
brinquedos dos seus filhos. A nutrição emocional é importante mesmo que não se
tenha tempo, o tempo precisa ser qualitativo. Quinze minutos na semana podem
valer por um ano. Pais têm que ser mestres da vida dos filhos. As escolas
também precisam mudar. São muito cartesianas, ensinam raciocínio e pensamento
lógico, mas se esquecem das habilidades sócio emocionais.”
5- Mais brincadeira,
menos informação
“Criança tem que ter
infância. Precisa brincar, e não ficar com uma agenda pré-estabelecida o tempo
todo, com aulas variadas. É importante que criem brincadeiras, desenvolvendo a
criatividade. Hoje, uma criança de sete anos tem mais informação do que um
imperador romano. São informações desacompanhadas de conhecimento. Os pais
podem e devem impor limites ao tempo que os filhos passam à frente das telas.
Sugiro duas horas por dia. Se não colocares limite, eles vão desenvolver uma
emoção viciante, precisando de cada vez mais para sentir cada vez menos: vão
deixar de refletir, se interiorizar, brincar e contemplar o belo.”
6- Parabéns!
“Em vez de apontar
falhas, os pais devem promover os acertos. Todos os dias, filhos e alunos têm
pequenos acertos e atitudes inteligentes. Pais que só criticam e educadores que
só constrangem provocam timidez, insegurança, dificuldade em empreender. Os
educadores precisam ser carismáticos, promover os seus educandos. Assim, o
filho e o aluno vão ter o prazer de receber o elogio. Isso não tem ocorrido. O
ser humano tem apontado comportamentos errados e não tem promovido
características saudáveis.”
7- Conselho final para
os pais
“Vejo pais que reclamam
de tudo e de todos, não sabem ouvir, não sabem trabalhar as perdas. São
adultos, mas com idade emocional não desenvolvida. Para atuar como verdadeiros
mestres, pai e mãe precisam estar equilibrados emocionalmente. Devem desligar o
telemóvel ao fim de semana e ser pais. Muitos são viciados em smartphones, não
conseguem desconectar. Como vão ensinar os seus filhos e fazer pausas e
contemplar a vida? Se os adultos têm o que eu chamo, a síndrome do pensamento
acelerado, que é viver sem conseguir aquietar a mente, como vão ajudar os seus
filhos a diminuírem a ansiedade?”
Fonte:
soparamulheres.pt
Enfim! Estou mesmo
preocupada, pois vejo atitudes, posturas e comportamentos a cristalizarem-se
cada vez mais.
Beijinho doce