janeiro 28, 2017

DESCULPEM...

Queridos amigos:
Peço desculpa de não ter comparecido aqui e nos vossos sítios, pois estive com um torcicolo horrível.Já ando melhor e isto deveu-se ao facto de ter parado a hidroterapia, por causa do surto de gripe. Fiz uma paragem por questão de precaução. Mas quando a corrente do rio corre ao contrário vêm outros problemas. No domingo passado, ao colocar a comida da minha cadelinha, piquei o olho na ponta de uma yucca ( planta da foto).
Doeu muito, lavei com soro e pensei que parasse por aí. Mas não…. No dia seguinte tinha o olho inchado e tive que recorrer ao oftalmologista. Já estão a imaginar o stress que foi esta semana.Fiz o exame ao olho e não perfurou, nem tinha corpos estranhos, mas a córnea ficou com um hematoma. Depois veio o tratamento, com vários colírios e pomada. Não conseguia fitar ecrans, pois a vista estava extremamente sensível. Ontem fui fazer novo exame e felizmente cicatrizou. Hoje já me sinto melhor e estou aqui a escrever com óculos escuros, pois tenho que prevenir e não forçar a vista com a luz.
Não, não me vou embora. Foram só estes percalços e nada mais.
Aqui estou e breve farei as visitinhas a todos.

Beijinho doce e todo o cuidado é pouco.

janeiro 07, 2017

"Dois horizontes"

"Dois horizontes fecham nossa vida:
Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro,—
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.

Dois horizontes fecham nossa vida."


Machado de Assis, in 'Crisálidas'

Beijinho doce:)