Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar ! Já me perdi
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.
Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.
Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
(in Citador)
Imagem retirada da net
Beijinho doce:)
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"
(in Citador)
Imagem retirada da net
Beijinho doce:)