agosto 26, 2016

RETORNEM

Olá a todos: informo que andei a ver os comentários dos meus blogs e certificar-me quais os amigos que ainda giram na blogosfera. Vejo que muitos deixaram de postar e fiquei triste. Penso que o mundo da escrita e fotografia e outras similares é bem mais interessante que os perfis sociais. Não quero dizer que não se vá lá, mas deixar este mundo que nos une, é bem melhor.Aprende-se, motiva-nos a escrever e a comentar, bem como refletir. Espero que os que estão continuem e os outros venham ter connosco.Seria uma maravilha!
Tenho os links dos vossos blogs aqui no Sonhar. Deu uma trabalheira, mas já andava há muito tempo para fazer isso. Vocês merecem...sem dúvida. Passemos a mensagem, ok? Pode ser? Vamos reanimar os blogs?

Beijinho doce a todos e União entre nós:)))

Aqui está muito lindo.Ora vejam:

http://leaosemselva.blogspot.pt/2016/08/vale-do-omo.html


agosto 17, 2016

SONHAR

Dizem?
Esquecem.
Não dizem?
Disseram.

Fazem?
Fatal.
Não fazem?
Igual.

Por quê
Esperar?
Tudo é
Sonhar.


Fernando Pessoa in "Cancioneiro"-Citador

A pedido de "Vem Sonhar Comigo "aqui está o que ela enviou. A música foi escolhida, igualmente,pela sonhadora.
Beijinho doce:) para todos

Música: Sir Cliff Richard-atualizado 

agosto 11, 2016

INVEJA /EGOISMO

“A inveja é uma admiração que se dissimula. O admirador que sente a impossibilidade de ser feliz cedendo à sua admiração, toma o partido de invejar. Usa então duma linguagem diferente, segundo a qual o que no fundo admira deixa de ter importância, não é mais do que patetice insípida, extravagância. A admiração é um abandono de nós próprios penetrados de felicidade, a inveja, uma reivindicação infeliz do eu. “
Soren Kierkegaard, in "O Desespero Humano"( fonte: Citador)´
Quando era miúda diziam-me que a “preguiça era a mãe de todos os males”.

Hoje tenho a certeza que a inveja, a par com o egoísmo, são os grandes pais de todos os males.

Beijinho doce

agosto 03, 2016

E ASSIM FALOU...

“Nietzsche no livro "Assim falava Zaratustra" dá voz àquele que desejou existir: "o super-homem". O super-homem é precedido por Zaratustra e por todos os mortais. Nietzsche considera que “deus está morto", mas algo semelhante é capaz de ser criado. Essa criação fundar-se-ia no super-homem, onde um homem supremo viria revolucionar o mundo do comum dos mortais.Zaratustra, a personagem que precede o super-homem, vive numa caverna e dela, um dia, resolve sair. Após essa saída introduz aos homens, a si mesmo, e às coisas, um discurso superior que, além da super-crítica que faz acerca dos homens, também fala do outro (o super) que poderá existir.
Pouco fica por generalizar e comentar nos discursos de Zaratustra; evidencia a liberdade que os homens podem ter e não exercem apenas por medo; Assim, nos discursos, existe a revelação de que os homens não foram apenas a imagem histórica que as instituições procuraram transmitir. Os homens também foram um ser livre, ou tentaram…
Excerto
«O ideal na minha opinião seria olhar a vida sem qualquer desejo, e não deixando pender a lingua como um cão, seria ser feliz na contemplação, pura, estranho às contendas e à avidez do egoísmo, ser, dos pés à cabeça, frio e pardo como a cinza, mas com olhos embriagados e lunares. O que eu preferia, sugere a si próprio o espírito iludido, seria amar a terra com um amor lunar e só com os olhos aflorar a beleza. E aquilo a que eu chamaria o Imaculado Conhecimento de todas as coisas, seria nada pedir às coisas, antes apresentar-lhes um espelho de cem faces» Ó sentimentais hipócritas! Ó libidinosos! Falta-vos a inocência do desejo, e por isso chegásteis a caluniar o desejo. Em verdade, não é como criadores, como procriadores, como amigos do devir, que amais a terra. Onde reside a inocência? Onde há vontade de engendrar? E aquele que criar o que o ultrapassa é, a meus olhos, aquele cujo querer é mais puro. Onde reside a beleza? Onde todo o meu querer me obriga a a querer; onde quero amar e perecer para que uma determinada imagem se não mantenha unicamente uma imagem. Amar e perecer; há eternidades que as duas palavras vão juntas. Querer amar, é aceitar mesmo a morte. Eis o que tenho a dizer-vos, ó poltrões! E para cúmulo, eis que os vossos enviazados olhares de castrados pretendem ser «serenidade»! E ainda dizeis que deveria ser chamado «belo» o que se abandona ao aflorar dos olhos cobardes! Ó profanadores das palavras nobres! Mas o vosso castigo, espíritos imaculados, puros contempladores, é que jamais dareis à luz, por mais amplos, por mais maduros que vos mostreis no horizonte. Em verdade, tendes sempre na boca grandes frases; pretendeis fazer-nos acreditar que o vosso coração está cheio a transbordar, ó mentirosos! Quanto a mim, contento-me com palavras humildes, desprezadas, tortas; de boa vontade apanho o que cai da mesa dos vossos banquetes. Mas, mesmo com este pouco, ainda vos posso dizer a verdade hipócritas. Com as minhas espinhas, as minhas conchas e os meus espinhos, posso, ó hipócritas, picar-vos o nariz. Ao vosso redor, ao redor dos vossos banquetes, o ar está sempre empestado, pois os vossos pensamentos impuros, as vossas mentiras e os vossos mediocres mistérios contaminam a atmosfera. Ora ousai acreditar um pouco em vós próprios e no que tendes no ventre! Quem não acredita em si próprio, mente. A vossos próprios olhos, espíritos «puros», vos ocultais sob a máscara de um deus, e em vós se dissimula, sob a máscara de um deus, o mais horrível dos vermes. Em verdade, sois capazes de criar a ilusão, ó «contemplativos»! Também Zaratustra se deixou outrora iludir pelas vossas pelagens divinas; não adivinhava que horrível nó de víboras os habitava. Julguei ver, outrora, brincar nos vossos olhos uma alma divina, ó adeptos do conhecimento «puro». Nesse tempo, não conhecia a arte superior dos vossos artifícios. A distância escondia-me a imundície e o cheiro nauseabundo da serpente, e esse estratagema do lagarto que ali se introduzia em busca do prazer. Mas aproximei-me e fez-se luz, como agora se faz também para vós; e logo terminaram esses amores lunares. Vede o ar envergonhado e pálido que a lua toma perante a aurora! Pois eis a aurora que aparece já, ardente; vem cheia de amor pela terra. O amor do sol é sempre inocência e desejo criador. Olhai-o, acorrendo impaciente de além dos mares. Não sentis a sede e o hálito ardente do seu amor? Ele quer beber o mar e até aspirar toda a sua profundidade, e o desejo do mar segue para ele os seus milhares de seios. Quer ser beijado e aspirado pela sede do sol; quer tornar-se brisa e altura e caminho para a luz; e luz ele próprio. Em verdade é com um amor solar que amo a vida e todos os mares profundos.
E eis em que para mim consiste o Conhecimento: em aspirar tudo o que é profundo até à minha própria altura.”

In Citador

agosto 02, 2016

O PREÇO DA INDEPENDÊNCIA


"Ser independente é uma questão que diz respeito a uma muito restrita minoria: - é um privilégio dos fortes. Quem a tanto se abalançar, mas sem ter necessidade, ainda que tenha todo o direito a isso, prova desse modo que provavelmente não só é forte, mas também audacioso até à temeridade. Mete-se num labirinto, multiplica ao infinito os perigos inerentes à própria vida; e o menor desses perigos não está em que ninguém veja como e onde se perde, despedaçado na solidão por qualquer subterrâneo Minotauro da consciência. Supondo que um tal homem pereça, o facto estará tão distante do entendimento dos homens que estes não o sentem, nem o compreendem: - e ele já não pode regressar! Não pode sequer regressar à compaixão dos homens!"

Friedrich Nietzsche, in "Para Além de Bem e Mal"