julho 02, 2015

SONHO 1

Cada animal é um arquétipo poderoso, com uma força anímica que nos permite aprender sobre nós mesmos. Estudar os seus talentos revela-nos o tipo de cura e poder que nos podem ajudar no desenvolvimento da nossa própria vida.Dizem que os animais de poder se revelam em sonhos, ou em estado meditativo e que podem ser vários.Será assim?
Vem Sonhar Comigo confidenciou-me que já teve “encontros” com vários animais.Um deles foi o lobo, que se mostrou em estado meditativo, olhou-a,fitou-a e desapareceu.Faz pouco tempo que num sonho ela via-se a correr durante a noite num campo e aos poucos, transformou-se em lobo.O que mais impressionou foi sentir que a sua face era de um lobo, farejava o caminho certo,sentia a frescura das ervas e corria imenso, para chegar a um local que ela não sabia nem sabe, mas que estava relacionado com algo que tinha que ir buscar, trazer e entregar a alguém.Quando amanheceu já tinha regressado e voltou a ser uma mulher.

Achei interessante o sonho.Afinal o que poderá representar? A avaliar pelo que li achei estas considerações acerca do lobo: “… é a medicina do ensinamento, do amor e dos relacionamentos saudáveis. Para os nativos é o mais fiel dos guias animais. É também o símbolo de professor da tribo. O lobo é um explorador de rotas, precursor de novas ideias, que volta para tribo para ensinar e compartilhar a medicina. O senso do lobo é muito aguçado e a Lua é sua aliada de força. A medicina do lobo permite o professor dentro de nós surgir e ajudar os filhos da Terra a compreenderem o Grande Mistério da vida.Deve ser evocado para ajudar a eliminar as nossas fraquezas e os pensamentos negativos, para termos relacionamentos saudáveis familiares e amorosos, fidelidade, generosidade, união, a criança interior, visão criativa e aprender coisas novas".
Mais virão...

Beijinho doce

junho 23, 2015

ESPÍRITO DA LOBA

E nada melhor que um bom livro, para meditar e refletir… Faz tempo que Vem Sonhar Comigo anda a lê-lo e recomendou-me que fizesse o mesmo.
“A fauna silvestre e a mulher selvagem são espécies em risco de extinção.(…)
O título do livro, Mulheres que correm com os lobos,mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, foi inspirado em meus estudos sobre a biologia de animais selvagens,em especial os lobos.Os estudos de lobos Canis Lupus e Canis rufus são como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta.(…)
  Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum:percepção aguçada,espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção.Os lobos e as mulheres são gregários por natureza,curiosos, dotados de grande resistência e força.São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes,seu parceiro e sua matilha.Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação.Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem. No entanto as duas espécies foram perseguidas e acossadas,sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor que os seus detratores.Foram alvo daqueles que preferiam arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psique,erradicando o que fosse instintivo,sem deixar que dele restasse nenhum sinal.A atividade predatória contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente. (…)
  A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura;traz tudo o que a mulher precisa ser e saber.Ela carrega histórias e sonhos,palavras e canções,signos e símbolos.Ela é tanto o veículo quanto o destino.
 Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se,mudar tudo da esquerda para a direita,do preto para o branco,passar do oeste para o leste,agir como louca ou descontrolada.Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana.Significa exatamente o oposto.A natureza selvagem possui uma vasta integridade.Ela implica delimitar territórios,encontrar nossa matilha,ocupar nosso corpo com segurança e orgulho independente dos dons e das limitações desse corpo,falar e agir em defesa própria,estar consciente,alerta,recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inato às mulheres,adequar-se aos próprios ciclos,descobrir aquilo a que pertencemos,despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.(...).”
Vou pegar nesse livro e ler, mais uma vez para entender melhor…


In  Clarissa Pinkola Estés, “Mulheres que correm com os lobos”

junho 13, 2015

REGRESSO

 Olá meus amigos:

Regresso com a cabeça cheia de "entulho".... pronta para mais uma jornada xamânica, uma viagem dentro de mim ....preciso de um novo caminho urgentemente.Irei procurá-lo!Peço aos meus Guias Espirituais que me ajudem, ao meu Anjo da Guarda, à minha Querida Senhora e Mãe, ao meu Grande Pai e meu Irmão Cristo.
Estive fraca de saúde, com glicémia alta, dores, hipertensão... mudei o regime alimentar por completo, num mês e meio perdi 6 quilos... e travei uma grande e verdadeira batalha.Para já tudo controlado, penso eu.Mas continuarei a lutar com toda a minha força e só cairei quando meu Pai determinar. Não me provoquem...

DESAFIEM-ME ..........

Contem comigo...
Vou dando notícias dessa viagem!

Beijinho doce

fevereiro 14, 2015

Rainha da dança...


Encontrei este texto, que acho o máximo e faço dele as minhas palavras.Para ti mulher, que vais crescendo…sorri, ri, dança …e envia-o a outras mulheres.Juntas teremos todo o poder!

“A mulher portuguesa não é só Fada do Lar, como Bruxa do Ar, Senhora do Mar e Menina Absolutamente Impossível de Domar. É melhor que o Homem Português(…) Trabalha mais, sabe mais, quer mais e pode mais. (…)O pior defeito do Homem português é achar-se melhor e mais capaz que a Mulher. A maior qualidade da Mulher Portuguesa é não ligar nada a essas crassas generalizações, sabendo perfeitamente que não é verdade. Eis a primeira grande diferença: o Português liga muito à dicotomia Homem/Mulher; a Portuguesa não. 
O Português diz «O Homem isto, enquanto a Mulher aquilo». A Portuguesa diz «Depende». A única distinção que faz a Mulher Portuguesa é dizer, regra geral, que gosta mais dos homens do que das mulheres. E, como gostos não se discutem, é essa a única generalização indiscutível. A Mulher Portuguesa é o oposto do que o Homem Português pensa. Também nesta frase se confirma a ideia de que o Homem pensa e a Mulher é, o Homem acha e a Mulher julga, o Homem racionaliza e a Mulher raciocina. E mais: mesmo esta distinção básica é feita porque este artigo não foi escrito por uma Mulher. Porque é que aquilo que o Homem pensa que a Mulher é, é o oposto daquilo que a Mulher é, se cada Homem conhece de perto pelo menos uma Mulher? Porque o Português, para mal dele, julga sempre que a Mulher «dele» é diferente de todas as outras mulheres (…)
(…) a Mulher Portuguesa é tudo menos «compreensiva». Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita. Se perdoa é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões, e a paciência. Para ela, a reacção mais violenta não é a raiva nem o ódio – é a indiferença. Se não se vinga não é por ser «boazinha» – é porque acha que não vale a pena. A Mulher Portuguesa, sobretudo, atura o Homem. E o Homem, casca grossa, não compreende o vexame enorme que é ser aturado, juntamente com as crianças, o clima e os animais domésticos. Aturar alguém é o mesmo que dizer «coitadinho, ele não passa disto…» No fundo não é mais do que um acto de compaixão. A Mulher Portuguesa tem um bocado de pena dos Homens. E nisto, convenhamos, tem um bocado de razão. O que safa o Homem, para além da pena, é a Mulher achar-lhe uma certa graça. A Mulher não pensa que este achar-graça é uma expressão superior da sua sensibilidade – pelo contrário, diverte-se com a ideia de ser oriundo de uma baixeza instintiva e pré-civilizacional, mas engraçada. Considera que aquilo que a leva a gostar de um Homem é uma fraqueza, um fenómeno puramente neuro-vegetativo ou para-simpático – enfim, pulsões alegres ou tristemente irresistíveis, sem qualquer valor. E chegamos a outra característica importante. É que a Mulher Portuguesa, se pudesse cingir-se ao domínio da sua inteligência e mais pura vontade, nunca se meteria com Homem nenhum. Para quê? Se já sabe o que o Homem é?(…) No fundo encara-os como um fumador inveterado encara os cigarros: «Eu não devia, mas.. » E, como assim é, e não há nada a fazer, fuma-os alegremente com a atitude sã e filosófica do «Que se lixe». Homens, em contrapartida, não podiam ser mais dependentes. Esta dependência, este ar desastrado e carente que nos está na cara, também vai fomentando alguma compaixão da parte das mulheres. A Mulher Portuguesa também atura o Homem porque acha que «ele sozinho, coitado; não se governava». O ditado «Quem manda na casa é ela, quem manda nela sou eu» é uma expressão da vacuidade do machismo português. A Mulher governa realmente o que é preciso governar, enquanto o homem, por abstracção ou inutilidade, se contenta com a aparência idiota de «mandar» nela. Mas ninguém manda nela. Quando muito, ela deixa que ele retenha a impressão de mandar. Porque ele, coitado, liga muito a essas coisas. Porque ele vive atormentado pelo terror que seria os amigos verificarem que ele, na realidade, não só na rua como em casa não «manda» absolutamente nada. «Mandar» é como «enviar» – é preciso ter algo para mandar e algo ao qual mandar. Esses algos são as mulheres que fazem. O Homem é apenas alguém armado em carteiro. É o carteiro que está convencido que escreveu as cartas todas que diariamente entrega. A Mulher é a remetente e a destinatária que lhe alimenta essa ilusão, porque também não lhe faz diferença absolutamente nenhuma. Abre a porta de casa e diz «Muito obrigada». É quase uma questão de educação. A imagem da «Mulher Portuguesa» que os homens portugueses fabricaram é apenas uma imagem da mulher com a qual eles realmente seriam capazes de se sentirem superiores. Uma galinha. Que dizer de um homem que é domador de galinhas, porque os outros animais lhe metem medo? Na realidade, A Mulher Portuguesa é uma leoa que, por força das circunstâncias, sabe imitar a voz das galinhas, porque o rugir dela mete medo ao parceiro. Quando perdem a paciência, ou se cansam, cuidado. A Mulher portuguesa zangada não é o «Agarrem-me senão eu mato-o» dos homens: agarra mesmo, e mata mesmo. Se a Padeira de Aljubarrota fosse padeiro, é provável que se pusesse antes a envenenar os pães e ir servi-los aos castelhanos, em vez de sair porta fora com a pá na mão. 

Miguel Esteves Cardoso, in ' A Causa das Coisas '

Pois é…o texto não deixa de ser engraçado e com uma certa pimentinha…
Beijinho doce:)))))