abril 15, 2008

INDÍGENA DE SONHO

"Chamava-se Tatantin-Rua Retée e foi uma das mais importantes mulheres indígenas do século passado. Mas não figurou em nenhuma lista de celebridades, principalmente nessas que foram organizadas, de última hora, por entidades e meios de comunicação. Sua passagem pela terra foi inteiramente ignorada pela civilização, que na linguagem indígena é pejorativamente tratada de civilização dos brancos.Tatantin era uma xamã guarani, descendente de uma linhagem real, com poderes divinos suficientes para encontrar a Terra Sem Males. Mas não a encontrou, muito embora tenha permanecido muitos anos no Espírito Santo achando que Santa Cruz, em Aracruz, fosse o lugar assinalado pela lenda. Situações topográficas especiais da região confundiram Tatantin.
Mas alcançar o território capixaba foi uma jornada extenuante, levando Tatantin e seu grupo a perambular muitos anos pelo litoral brasileiro. Na década de 40, saiu do Rio Grande do Sul, chegando ao Espírito Santo nos anos 70.
Eles passaram mais de 30 anos na estrada. Por conta dessa longa caminhada, foram fundadas algumas aldeias nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por índios desencantados com a condição andarilha imposta pela lenda da Terra Sem Males"....

Assim era o seu SONHO...

"Os xamãs são, contudo, privilegiados seres, que dirigem muitas das suas acções pelos sonhos. O sonho tem uma importância vital na vida dos índios. Nesse tempo da marcha e de aldeamento no Espírito Santo, o grupo guarani dependeu muito das visões trazidas pelos sonhos de Tatantin. Mas o sonho é um detalhe da vida desta índia iluminada, que garantiu, com a sua condição religiosa, a sobrevivência da nação guarani.
Ela era uma figura comum, baixinha, medindo não mais de 1,60m. Usava vestidos longos, os cabelos eram escuros, apesar da idade avançada, mas as feições índias eram inconfundíveis. Seria reconhecida como tal em quaisquer circunstâncias. E tinha hábitos, principalmente alimentares, incomuns. Açúcar e sal, por exemplo, nunca fizeram parte de sua dieta.


Antes de se enclausurar no Opu (nome dado aos templos religiosos guaranis), ela exerceu um papel fundamental na existência dos guaranis. Vivia de aldeia em aldeia conduzindo uma jovem ou um jovem para casar com outro guarani. Era incansável na preservação de sua raça. Durou até o dia, nos idos dos anos 80, quando um sonho apontou a área onde deveria aldear o seu grupo.
Daí em diante ela exerceu o seu papel religioso em sua plenitude. Não mais ia às aldeias; elas é que vinham a ela, muitos dos quais para buscar um equilíbrio perdido pelo grupo. No Opu, ela se reencontrou com o seu último marido, o cacique João dos Santos, com quem viveu 20 anos. Foi o seu segundo casamento, pois o primeiro marido, pai de seus filhos, Miguel Venites, morreu em plena marcha, quando o grupo atravessava o Estado do Paraná".



Substituí-la tem sido um problema para toda a nação guarani. Algumas experiências foram feitas com outros xamãs, mas todas elas fracassaram, especialmente por Tatantin ter morrido sem concluir a missão que lhe foi dada na terra pelos seus deuses. Por causa disso, ela não mereceu o privilégio dos xamãs, que é o de se encantar em vez de morrer. Tatantim morreu aos 104 anos de idade e foi sepultada no cemitério comum de Santa Cruz, junto com o seu segundo marido, que faleceu antes dela. O único privilégio que lhe concederam foi o de ser enterrada com o rosto de frente para o leste"...

12 comentários:

®efeneto disse...

Eu preciso de um poema alegre
Emoldurando uma semana triste
É necessária uma cor no cinza
Desta inútil dor que persiste.

Eu preciso de música vibrante
Melodia, um canto que espante
Atingindo em cheio com cantos
Todos meus obscuros recantos

Eu preciso dum pulsar da vida
De novo alento, ares do vento
Sentir no sangue em movimento
Vontade de outra vez renascer

Eu preciso de um poema alegre
Palavras que tragam o encanto
Pois para quem já viveu tanto
Tudo o que resta é continuar.

Resta continuar a desejar um fim-de-semana cheio de amizade.


Já volto

Suave toque disse...

"Durante toda nossa vida, pessoas passam por nós,
Dia após dia,
Más somente algumas dessas pessoas ficam para sempre em nossa memória.
Essas pessoas são ditas amigas...
E as levamos para sempre em nossos corações,
As vezes pelo simples fato de terem cruzado nosso caminho,
As vezes pelo simples fato de nos terem dito uma palavra de conforto, quando precisamos,
As vezes por terem nos dado um minuto de atenção,
Nos ouvindo falar de nossas angústias, medos, vitórias, derrotas...
As vezes por terem confiado e nos terem contado também seus problemas,
Angústias, medos, vitórias e derrotas...
Isso é ser amigo, ouvir, confiar, amar,
E amigos de verdade ficam para sempre,
Longe, perto...
Assim como as pegadas na alma."

Um grande beijo e um feliz final de semana.

Elcia Belluci

PintoRibeiro disse...

Complicado...
Bfsemana, bjinho.

Anônimo disse...

Não conhecia a história desta indígena de sonho....

É sempre uma maravilha as coisas que nos trazes.
Adorei

Bom Domingo e Boa Semana

Um bjinho enorme

GR

Dreamaster disse...

Historia bem interessante e digna de um filme. Fiquei curioso por mais. Afinal essa Terra sempre existe ou é só lenda ?

Desejo-te tb uma boa semana :)

Bjs
D.

®efeneto disse...

...não conheçia a história mas tambem não é de estranhar que pessoas desses sejam esqueçidas e ognoradas pela propria historia....é a falta de protagonismo. beijito de optima semana.

Maria Clarinda disse...

Sabes é um belo post para homenagear estas tribos maravilhosas no dia do Indio que foi dia 19!
Todas estas vidas mexem demais comigo, adoro a cultura india, as tribus e suas vivências e legados que nos deixam e deixaram. Minha trisavó foi levada para Angola...era india de Pernambuco.Daí este meu sentir indio também. Esta Tatantin-Rua é o exemplo abnegado destas tribos e seus valores.
Adorei o post.
Continua. Jinhos mil

Chama Violeta disse...

Obrigada pela partilha, não conhecia esta história!
Mais um ensinamento aprendido e assimilado.
Fica na paz, ótima semana!

Sonhos e Devaneios disse...

voce continua encantadora
beijos joao

poetaeusou . . . disse...

*
enciclopédia ambulante,
em douta sabedoria,
,
conchinhas
,
*

'' Fragil '' disse...

TENHO UM MIMINHO PA TI NO MÊ BLÓGUIII IoI

®efeneto disse...

Há no voar das gaivotas,
Um cheiro que paira no ar.
Sei que este Inverno vai acabar.
Não haverá sonhos mutilados,
A paz é um país a conquistar
Ao sabor do perfume dos cravos.

Sei que a Primavera vai despertar
No sol de Abril em verdade,
Sei que os rios desaguam no mar
E a nossa voz na liberdade.
**
Liberdade no feriado e Paz no fim-de-semana.
Beijos e abraços á escolha.